Inovação e disrupção são conceitos muitas vezes ligados às startups, mas não devem ser exclusivos destas empresas. Apostar na inovação tecnológica contínua deve ser uma estratégia em qualquer organização, porque essa é uma das formas de manter o negócio.
A inovação tecnológica é uma das chaves para o sucesso de uma organização, mas estar sistematicamente a procurar inovar é exigente. Assim, a maior parte das empresas opta por realizar um ou dos projetos que têm em vista a inovação, mas não implementa uma estratégia de inovação tecnológica contínua.
Uma estratégia de inovação tecnológica contínua é essencial para garantir o aumento da quota de mercado, melhorar a produtividade ou atrair e reter colaboradores. Assim, apresentamos-lhe 4 razões que justificam a implementação de uma estratégia para promover a inovação tecnológica de forma contínua.
Razão 1: Nem todos os projetos digitais são bem sucedidos
Os projetos de inovação tecnológica não são fáceis de concluir e há mais do que um estudo que o demonstra. Um dos mais recentes é o estudo da Oracle “Having a successful innovation agenda” que revela que as empresas não conseguem concretizar mais de metade dos projetos de inovação que iniciam. Além disso, quando os projetos são concluídos, muitas vezes ultrapassam o orçamento e o prazo de execução.
A taxa de insucesso dos projetos aumenta proporcionalmente com a sua dimensão. Como combater este facto? Caso seja possível, tornar o projeto mais pequeno ou dividi-lo em diferentes projetos para que seja mais fácil atingir sucesso.
Outro fator importante para o sucesso de um projeto é a escolha da metodologia. Por norma, um modelo de desenvolvimento baseado em metodologia Agile tem o dobro de hipóteses de ser mais bem sucedido do que utilizando o modelo de desenvolvimento em cascata. O modelo em cascata tenta planear todas as etapas do projeto no início, enquanto na metodologia Agile as tarefas são dividias em pequenos sprints, sendo ajustadas de acordo com, por exemplo, o feedback dos utilizadores ou da equipa de gestão.
Em resumo, há dois fatores que se podem contornar para diminuir o risco de insucesso: promover projetos de pequena dimensão e optar por metodologias Agile, como o Scrum.
Razão 2: A disrupção é um facto
A disrupção acontece nas tecnologias emergentes, em empresas que quebram os paradigmas e até em novas leis impostas pelos governos que obrigam as organizações a fazerem alterações na sua estrutura tecnológica, como o RGPD.
A disrupção na tecnologia está diariamente nas nossas mãos. Ao longo da última década, os dispositivos móveis transformaram a forma como uma organização funciona e se relaciona com os clientes. As tecnologias emergentes como a cloud, a realidade aumentada ou a Internet das Cosias permitem fazer negócio de forma diferente e mais valiosa.
Se uma organização não se preocupar com a inovação contínua e em ser competitiva, pode ser muito difícil recuperar o atraso em relação aos seus concorrentes. Quando a empresa “acorda” e decide fazer algo, pode acontecer que seja de forma pouco estruturada, aumentando a taxa de insucesso do projeto e a dívida técnica, por exemplo.
Assim, é mais adequado fazer pequenos projetos de atualização tecnológica, por exemplo, e promover a diminuição da dívida técnica como parte da estratégia para atingir a inovação tecnológica.
Razão 3: Os utilizadores não ficam connosco para sempre
A disrupção não tem repercussões apenas na tecnologia. As necessidades, os desejos e as expectativas dos consumidores também se transformam.
Os paradigmas de utilização modificaram-se muito ao longo dos últimos anos. Por exemplo, agora é possível fazer uma ação através do controlo de voz com os assistentes virtuais sem que o utilizador precise de tocar num ecrã.
A par disto, os consumidores mudam frequentemente de necessidades e as suas expectativas alteram-se, por isso, uma solução que resulta hoje pode não ser bem sucedida passado um ano.
Então, é necessário que a abordagem de inovação contínua se centre no utilizador. Para tal, é necessário observar os utilizadores a usar os serviços/produtos em diferentes contextos para que sejam detetadas novas necessidades e expectativas. Este modelo permite que à medida que os utilizadores alterem as necessidades, a organização se ajuste para aumentar o grau de satisfação dos clientes.
Razão 4: A desatualização pode ser fatal
No mundo digital tudo muda muito rapidamente, por isso optar por grandes projetos de inovação digital, de execução lenta e com baixa probabilidade de serem concluídos pode ser fatal para uma organização. A verdade é que, enquanto uma organização está a planear o “grande projeto de inovação tecnológica”, pode estar a ser ultrapassada pelos seus concorrentes que têm estratégias de inovação mais ajustadas às necessidades do mercado.
Se a organização deixar que esta situação aconteça, cada projeto que implementar será um exercício para tentar recuperar o tempo perdido e, possivelmente, aumentar a dívida técnica. Por outro lado, com a inovação contínua, poderá dar pequenos passos em direção às novas necessidades dos clientes e a uma velocidade que acompanha o mercado.
Deste modo, a organização consegue tirar partido de tecnologias emergentes, estar um passo à frente dos concorrentes e disponibilizar no mercado produtos/serviços que são valiosos para os seus clientes.
Uma abordagem que fomenta a inovação contínua permite a reinvenção do negócio e a execução de pequenos projetos de inovação através de metodologias ágeis aumenta a taxa de sucesso. O caminho em direção à transformação digital tem de incluir a inovação tecnológica contínua.