Apesar de a nossa situação económica não ser a mais favorável, a aposta em tecnologia e inovação continua a ser crucial para que as empresas consigam crescer e aumentar a sua produtividade. Contudo, os benefícios da tecnologia e da inovação não são imediatos, o que muitas vezes condiciona uma aposta séria na inovação como fator de crescimento das empresas. Os gestores procuram um equilíbrio entre a redução de custos, o desenvolvimento de talentos e a inovação em produtos/serviços como estratégia para impulsionar o crescimento. No entanto, em momentos de crise, a pressão para redução de custos pode abafar os outros dois fatores e condicionar significativamente o futuro da empresa.
A questão que se coloca é como conseguir fomentar a inovação e, acima de tudo, como conseguir fazê-lo sem comprometer o futuro imediato das empresas.
A aposta em inovação implica, antes de mais, uma mudança de mentalidade. Tradicionalmente pensamos na inovação como um processo de investigação habitualmente longo, centrado na geração e no desenvolvimento de novas ideias e tecnologias, e limitado ao âmbito de atuação da empresa. Hoje em dia o conceito evoluiu e fala-se em inovação aberta (open innovation), um novo paradigma que assume que as empresas podem e devem usar tanto ideias externas como internas e caminhos internos e externos para os mercados à medida que as empresas avançam a sua tecnologia. A inovação é hoje vista como algo que pode surgir em qualquer área da empresa, em qualquer processo, e pode ser promovida por qualquer pessoa dentro da organização.
A inovação, só por si, não assegura a criação de valor. Para isso, é preciso que venha, de facto, resolver um problema relevante e tenha potencial de implementação, enquadrada na atividade da empresa. De uma forma geral, deve passar por quatro estágios: geração de ideias, eliminação das menos prováveis, protótipo/teste das que demonstrem maior potencial e eleição das que, de facto, demonstrem ser eficazes na resolução dos problemas. O papel dos gestores neste processo passa por assegurar o ambiente que potencie a geração de ideias e partilha de conhecimento, e os mecanismos necessários à seleção e promoção dos conceitos que, de facto, apresentem potencial de criação de valor. Passa também por promover uma rede de contactos (parceiros, fornecedores, universidades, etc.) onde a partilha de informação potencie a geração de ideias e criação de valor.
Na Opensoft, a aposta em inovação tem sido uma constante. Manifesta-se tanto na adoção de novas ferramentas para realização de operações de forma mais eficiente ou eficaz (a adoção de uma wiki para difusão do conhecimento; a adoção de ferramentas de controlo de versões para arquivo dos ficheiros partilhados, etc.), como no desenvolvimento de protótipos que permitam testar novas ideias de negócio, e que idealmente evoluem para novos produtos ou serviços da empresa. Recentemente, lançámos um portal de gestão de eventos online, que se baseou num protótipo desenvolvido em Abril de 2011, para responder a uma necessidade específica levantada por um cliente.
Não podemos assegurar que esta aposta na inovação nos garanta o crescimento desejado para os próximos anos. Mas podemos afirmar que não o fazer vai, certamente, contribuir para a estagnação, e esse, claramente, não é o caminho…
este artigo foi também publicado na newsletter da Qualiwork