O ano de 2016 está quase a terminar, por isso considerámos que esta é a altura ideal para fazer um exercício de adivinhação sobre as tendências tecnológicas que vão marcar o próximo ano. Recolhemos várias previsões, entre as quais as da Gartner, e selecionámos aquelas que acreditámos que vão ter maior impacto em 2017.
Independentemente do que aconteça no próximo ano, a tecnologia está omnipresente no nosso dia-a-dia e quase já não conseguimos organizar a nossa vida profissional e pessoal sem o seu auxílio.
Assim, estas são as nossas apostas para 2017:
Internet de Tudo
Robots ou veículos com condução autónoma já não são “coisa de filme”. Nos últimos anos, assistimos ao nascimento e proliferação da Internet das Coisas (IoT, em inglês), isto é, objetos que têm integrados componentes de inteligência artificial.
Como é que a Internet das Coisas se transforma na Internet de Tudo (Internet of Everything)? Com o aumento do número de objetos inteligentes, é possível que estes deixem de atuar isoladamente e integrem um modelo de colaborativo em que vários dispositivos inteligentes trabalham em conjunto para executar tarefas e ainda se interliguem com serviços cloud e centros de processamento de dados.
Um exemplo? Imagine um atleta que durante o treino usa um calçado que recolhe dados em cada exercício executado e automaticamente envia a informação para um dispositivo móvel.
Esta realidade pode ainda não chegar em 2017, já que ainda não atingimos a maturidade necessária neste tipo de tecnologia, e há ainda que resolver várias questões, entre as quais a privacidade dos utilizadores. No entanto, acreditamos que os objetos inteligentes vão ganhar segmento de mercado e criar novas oportunidade de negócio.
Realidade Aumentada e Realidade Virtual
Pokémon Go foi uma das palavras mais pesquisadas no motor de pesquisa Google e um dos maiores fenómenos de 2016. Este jogo de realidade aumentada conseguiu mais de 100 milhões de downloads e abriu as portas para o sucesso de muitos outros jogos e apps que utilizam realidade aumentada e virtual.
Além da febre Pokémon Go, em 2016 não houve evento tecnológico que não oferecesse a possibilidade de experienciar a realidade virtual. Também chegaram ao mercado dispositivos a preços mais acessíveis (ainda que elevados). Um dos mais populares foi o Oculus Rift, vocacionado para jogos, e, mais recentemente, os óculos de realidade virtual Playstation VR.
Este ano presenciámos a realidade virtual a chegar a outras áreas que não os jogos: o Youtube lançou o seu canal de vídeo dedicado à realidade virtual e permitiu a publicação de vídeos 360 (assim como o Facebook e o WordPress). Em 2017, é expectável que os dispositivos de realidade aumentada e virtual baixem de preço e ganhem força no mercado.
Assistente Virtuais
Siri, Cortana ou Google Now não são nomes estranhos para quem usa um smartphone. Estes assistentes virtuais integram os sistemas operativos dos dispositivos móveis e executam várias ações comandadas pela voz ou escrita do utilizador. Recentemente foram também incluídos em outros sistemas operativos como o Windows 10 (caso do Cortana) e o MacOS Sierra (que inclui o Siri).
Estes assistentes, que resultam da junção de tecnologias de reconhecimento de voz, processamento de linguagem verbal e inteligência artificial, vão ficar ainda mais inteligentes em 2017.
Este ano a Apple permitiu que outras empresas tecnológicas pudessem usar o Siri para integração com os seus sistemas, por isso é provável que outras aplicações passem a realizar operações através destes assistentes, por exemplo, pagamentos digitais. Os assistentes virtuais Google Now e Cortana já integram várias aplicações, no caso específico do Cortana integra-se com várias apps do Microsoft Office.
Aprendizagem automática
A aprendizagem automática (machine learning) permite que os sistemas utilizem algoritmos que armazenam informação à medida que vão sendo utilizados. Essa informação serve para o sistema “aprender” e criar mecanismos automáticos para a deteção de padrões e/ou anomalias. No caso de uma loja on-line, por exemplo, recomendar produtos ao utilizador.
A aprendizagem automática tem vindo a desenvolver-se nos últimos anos, especialmente para servir as áreas de big data e analytics. Se ainda não está a utilizar a aprendizagem automática é bem provável que o comece a fazer em 2017: as plataformas de aprendizagem automática estão cada vez mais fáceis de utilizar e são várias as empresas que desenvolvem plataformas próprias: o Google, a Amazon, a Microsoft, entre outras.
Certamente que em 2017 vamos poder contar com cada vez mais aplicações que geram sugestões em tempo-real e que ficam cada vez mais precisas à medida que as vamos utilizando.
Sistemas de Conversação
Os sistemas de conversação (ou chatbots) existem há alguns anos e, em algum momento, já deve ter interagido com um. Quem nunca falou com a Anna do IKEA?
Se os sistemas de conversação já não são algo novo, porque é que são uma tendência para 2017? Porque os chatbots estão a alcançar um novo patamar, muito graças à inteligência artificial, e porque cada utilizador interage em média com cerca de 5 apps por dia, sendo que uma delas é uma app de messaging.
Os chatbots que vão inundar 2017 não vão apenas responder às nossas perguntas, vão executar ações: imagine encomendar uma pizza através de uma conversa com um chatbot.
Mas não é apenas o sector do consumo que vai adotar os sistemas de conversação. Espera-se que outros setores, como por exemplo a banca, comecem a utilizar chatbots para o serviço de apoio ao cliente. Estes sistemas ficariam interligados com o smartphone do cliente e teriam permissão para consultar saldos de conta ou reportar cartões de crédito perdidos.
Este ano, o Facebook fez um grande investimento neste setor e disponibilizou uma série de ferramentas que permitem construir chatbots na plataforma de messaging do Facebook. Por isso, prepare-se para trocar muitas mensagens com robots no próximo ano!
Apostamos que 2017 vai ser um ano em que iremos interagir com sistemas cada vez mais inteligentes que interligam pessoas, objetos e serviços. Qual destas tendências considera que terá mais impacto no próximo ano? Partilhe a sua opinião!