Frequentemente chegam-nos histórias de empresas ou produtos que, graças à sua capacidade de inovar, conseguem fazer sucesso no mercado. Apesar disso, por vezes parece que a inovação está apenas ao alcance daqueles que têm o dom de serem inovadores. Nada mais incorreto.
A inovação está associada a diversos mitos (demora muito tempo, gasta dinheiro ou requer muitos recursos…), mas a verdade é que as empresas dependem da inovação para a sua melhoria contínua e crescimento. Além disso, a inovação pode ser algo bem menos complexo do que aquilo que se possa pensar, apenas é necessário desmistificar alguns desses mitos.
Mito 1: A inovação é uma questão de sorte
Há empresas que são muito bem sucedidas e inovadoras. Veja-se o Facebook ou o Booking, produtos que são constantemente apontados como casos de sucesso. Pode parecer que tudo nasceu de uma ideia e que o produto surgiu no mercado de uma forma fácil e rápida. No entanto, estas empresas também passaram por avanços e retrocessos no seu negócio e tiveram de ultrapassar vários obstáculos antes de serem bem sucedidas.
É importante ter em mente que a inovação não surge de um momento especialmente inspirador. A inovação é um processo, normalmente metódico e que precisa de tempo para se consolidar.
Mito 2: A inovação é cara
É comum pensar que para inovar, uma organização precisa de despender de um orçamento elevado apenas dedicado à inovação. Nem sempre é necessário!
Ideias novas podem ser testadas utilizando protótipos baratos ou em grupos restritos antes de serem adotados por toda a organização e, acima de tudo, a inovação não deve ser encarada como um peso para a organização.
Mito 3: Só a equipa dedicada à inovação é que tem ideias inovadoras
Se uma organização está a tentar ser mais inovadora, é bem possível que crie um grupo de trabalho responsável pela inovação. Contudo, é importante não pressupor que a inovação esteja concentra numa pessoa ou grupo de pessoas e perceber que as ideias e oportunidades de melhoria podem surgir por outras vias, como o feedback de outras áreas da empresa ou do cliente.
Na realidade, o grupo responsável pela inovação na organização deve garantir que as ideias inovadoras podem chegar de qualquer área.
Mito 4: Só é inovação, se for uma novidade
Há alguma tendência para associar inovação a produtos ou serviços que criam disrupção no mercado. Essa ideia não está totalmente incorreta, mas também é possível inovar através com a alteração de pequenos detalhes nos procedimentos de trabalho, por exemplo. A inovação não precisa de reinventar a roda, pode apenas melhorá-la.
Mito 5: A inovação está restrita às empresas de tecnologia
Com o sucesso de algumas empresas na área tecnológica, é comum pensar que a inovação está sempre associada a tecnologia. Falso!
Há muitas empresas nos setores do retalho e serviços que estão a tornar-se mais inovadoras. Os casos dos sites de crowdfunding Kickstarter ou o IndieGoGo são um bom exemplo de empresas não tecnológicas, mas que conseguiram criar uma forma inovadora de financiar ideias.
Inovar é possível
Qualquer empresa, independente da dimensão ou setor, pode inovar nos seus serviços, produtos ou processos internos. Assim que a inovação começar a ser transversal a toda a organização (serviços/produtos e processos), os efeitos vão surgir, por exemplo na eficiência das equipas ou na redução do time-to-market de cada produto.
Artigo inspirado no livro Innovation Handbook: A Road Map to Disruptive Growth de Scott D. Anthony.
