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Guia para lidar com a dívida técnica quando se é gestor

Guia para lidar com a dívida técnica quando se é gestor

 

O que é a dívida técnica? Em traços gerais, ocorre quando uma organização decide construir ou investir no desenvolvimento aplicacional através de soluções rápidas e sem avaliar as implicações e os custos de manutenção que irão ocorrer a médio e longo prazo.

 

A dívida técnica surge também quando é necessário implementar alterações ou novas funcionalidades num produto e existem limitações de tempo, fazendo com que, por exemplo, um conjunto de tarefas idealmente realizadas num mês tenham de ser concluídas em duas semanas. A situação agrava-se quando a equipa técnica é reduzida e/ou não é muito experimente na tecnologias utilizadas.

 

A dívida técnica não é necessariamente uma má opção e até pode ser um caminho necessário. Por vezes, quando se está a lançar um produto é inevitável incorrer em dívida técnica para não perder uma oportunidade do mercado, por exemplo. O importante nestes casos, é que a dívida técnica ocorra de forma consciente, seja incorporada no plano de negócios e seja monitorizada pelo gestor do produto/projeto. Contudo, é bem possível que o gestor passe mais tempo preocupado com os clientes ou com a introdução de novas funcionalidades do que com a dívida técnica.

 

Outro fator a considerar na decisão de assumir ou não a dívida técnica é a maturidade do produto. Se esta opção pode funcionar quando o produto ainda está a ser desenvolvido, para produtos maduros, negligenciar a dívida técnica pode impedir a melhoria do produto ou, pior, pode levá-lo ao fracasso.

 

Como se pode evitar que a dívida técnica impeça a evolução de um produto? Não há uma fórmula única, mas há alguns comportamentos que podem ajudar a lidar com a questão.

 

1. Fale sobre dívida técnica com a equipa técnica

 

A dívida técnica deve ser um tema recorrente nas conversas de planificação de tarefas e de melhorias a implementar no produto. O contributo da equipa técnica para a discussão é muito importante, porque não há quem melhor conheça a dívida técnica e possa indicar quais as ações a implementar para corrigi-la. Se optar por aumentar a dívida técnica do produto, é importante que essa decisão seja apoiada pela equipa técnica e com o compromisso de a saldar a curto ou médio prazo.

 

2. Nunca se esqueça da manutenção

 

No roadmap de um produto nunca se esqueça de incluir tarefas específicas para melhorar o produto, ou seja, tempo para, entre outras tarefas, a equipa técnica corrigir de erros e fazer manutenção de funcionalidades, tendo em vista a redução da dívida técnica. A preocupação contínua de correção e melhoria garante a estabilidade do produto.

 

É importante que toda a equipa esteja consciente da importância das tarefas de manutenção e que estas não podem ser descuradas em relação, por exemplo, à implementação de novas funcionalidades. Para tal, poderão ser apresentados cenários das implicações que a dívida técnica possa trazer, tais como: mostrar como o esforço de desenvolvimento cresce à medida que as instabilidades do produto não são resolvidas.

 

3. Guie a equipa, mas seja razoável

 

O gestor do produto é responsável por guiar a equipa de desenvolvimento de acordo com os objetivos estabelecidos para aumentar o valor do produto. Nesse trabalho, uma das tarefas que está muito ligada à dívida técnica é o planeamento do trabalho dos elementos da equipa e o tempo expectável para cada tarefa.

 

É necessário que os prazos definidos sejam realistas e que não se caia no erro de fazer demasiados pedidos à equipa técnica, que terá de reduzir a qualidade e estabilidade do produto para cumprir o solicitado.

 

4. Meça a dívida técnica

 

Uma das formas de não negligenciar a dívida técnica é criar métricas para a monitorizar. Poderá recorrer-se a ferramentas que analisam o código de forma automática e conseguem ajudar a perceber onde este pode ser otimizado, mas também é importante incluir uma métrica que não seja meramente técnica, como por exemplo, avaliar o grau de satisfação dos utilizadores na utilização do produto.

 

Estas métricas, além de servirem monitorizar o estado da dívida técnica, permitem ajudar a definir a prioridade das tarefas a executar e traçar um caminho rumo à diminuição da dívida técnica.

 

É possível eliminar totalmente a dívida técnica?

 

Há quem diga que não há impossíveis, mas eliminar a dívida técnica pode ser uma tarefa difícil, especialmente quando se procura a melhoria contínua de um produto. O importante é ter em mente que, às vezes, é inevitável assumir a dívida técnica, mas é essencial ter como objetivo reduzi-la a curto e médio prazo.

 

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