As organizações precisam de evoluir, de se transformar, quer sejam alterações na sua estrutura, na integração de mais tecnologia nas tarefas diárias ou na relação com o cliente. A transformação digital é o termo que está na ordem do dia. Não sendo apenas um processo tecnológico, é potenciado pela tecnologia, utilizando-a para criar novas formas de negócio.
Apesar das vantagens que a transformação digital traz para as organizações, a verdade é que, atualmente, temos organizações em estádios muito distintos: há organizações que já estão a abraçar a transformação digital e outras estão ainda muito longe de o fazer.
Como saber em que nível de transformação digital está a sua organização? Brian Solis, investigador e analista digital, desenvolveu uma escala que identifica 6 estados de transformação digital em que cada organização se pode situar, de acordo com alguns parâmetros-chave que ditam o caminho que a organização está a seguir.
Estado 1: Business as usual
A organização funciona da mesma forma desde sempre, sem dar importância ao meio digital e às vantagens que este lhe possa trazer. A cultura da empresa tende a rejeitar a inovação: se a empresa dá lucro, não há razão para as chefias se preocuparem com novas ideias ou alterações aos processos. São organizações que usam a tecnologia para as operações do dia-a-dia, mas de forma segmentada por departamento.
Estado 2: Present and Active
Alguém da organização reparou que algo não está a funcionar da melhor forma ou que existem outras empresas da mesma área que, por exemplo, tratam os mesmos processos internos de forma diferente e mais eficaz. Apesar de não estarem muito organizadas, as mudanças ocorrem e permitem que a liderança da organização comece a inovar e a fazer os primeiros investimentos para a transformação digital.
Estado 3: Formalized
Nesta fase, a organização está dedicada a elaborar e sistematizar estratégias para melhorar o negócio, identificar novas oportunidades e novas áreas de disrupção. A liderança da organização está muito recetiva e envolvida na transformação da empresa e durante esse processo já realizou um investimento estratégico nas pessoas, processos e tecnologia. A informação é um elemento vital para conhecer as preferências do consumidor e melhorar a sua experiência e, por isso, surgem novas áreas e papéis na organização.
Estado 4: Strategic
Após a organização ter realizado várias alterações para se transformar digitalmente, agora empenha-se em manter-se atualizada nos processos internos e na forma como se relaciona com o consumidor. Define objetivos precisos a curto e longo prazo, que são suportados por investimentos na infraestrutura. A informação, que continua a ser vital, faz com que a segurança e a privacidade na organização e na relação com o consumidor sejam uma nova preocupação para a organização.
Estado 5: Converged
A transformação está integrada na organização. A equipa continua a desenvolver novas ideias para causar disrupção no mercado e criar valor à organização. A liderança da organização está atenta ao tema transformação digital e são criados novos modelos de trabalho para transformar o negócio, sempre que necessário. Consequentemente, surgem novos produtos que resultam do processo de transformação digital.
Estado 6: Innovative and Adaptive
No final deste estado, a organização já absorveu totalmente a cultura de inovação e a transformação do negócio ocorre a um ritmo acelerado. A transformação dos processos e o investimento permitem que a organização caminhe ao encontro de novas oportunidades de crescimento. E, ainda que a organização não tenha concluído o processo de transformação digital (dado à rapidez com que tudo muda, é algo quase impossível), a organização tem conhecimento da necessidade e tem como prioridade a transformação do negócio.
Grande parte das organizações podem ser incluídas num destes estados, embora, segundo Solis, não seja anormal que uma organização esteja incluída em mais do que um estado ao mesmo tempo.
Independentemente do estado em que se encontrar uma organização, o sucesso da transformação digital é definido pela reestruturação das funções, processos e modelos críticos para a organização, com o objetivo de atingir a maturidade digital.
