A terceirização do desenvolvimento aplicacional é cada vez mais utilizada pelas organizações devido às suas inequívocas vantagens em termos de custos, flexibilidade e capacidade de entrega. Mas para que a relação com o parceiro tecnológico tenha sucesso a longo prazo é fundamental fazer um contrato adequado aos objetivos e em que ambas as partes estejam totalmente alinhadas. Um dos pontos passa por escolher o modelo de colaboração ideal para o caso em concreto: preço fixo, time and materials, ou um modelo híbrido de junção dos dois?
Primeiramente, seja qual for a escolha, há algumas regras de ouro comuns que devem ser seguidas:
- Discutir todas as condições do projeto antes de o lançar;
- Ser claro quanto aos preços e condições de pagamento;
- Verificar se todos os detalhes estão bem definidos, incluindo o âmbito, prazos e responsabilidades;
- Escolher um contrato que seja adequado à metodologia de trabalho.
Olhamos agora para os prós e contras das opções em cima da mesa.
Modelo de preço fixo
Trata-se de um tipo de contrato no qual o cliente e o parceiro estabelecem um preço que permanece constante ao longo de todo o período de prestação do serviço, ao que tradicionalmente se chama ‘chave na mão’. O valor em si deverá ser estimado pelo parceiro, partindo dos objetivos e metas que o trabalho preconiza. Este tipo de contrato, geralmente, é o mais apropriado quando é possível definir a priori todos os recursos e condicionantes ou o cliente sabe exatamente o que quer ver executado e como.
Para o cliente, haverá a vantagem de ter o menor risco, já que se os custos forem maiores do que o valor acordado, o parceiro deve suportá-los. No entanto, é necessário ter todo o âmbito definido ao pormenor, de forma clara e inequívoca, antes de se dar início ao projeto. É, portanto, um contrato mais rígido.
Modelo time and materials
Este é um modelo orçamentado por hora ou por recurso. Neste caso, não se conhece à partida o custo total do projeto, pois vai depender do tempo e dos recursos ou materiais, como o próprio nome indica. Na realidade, o cliente paga ao parceiro o tempo de trabalho de cada membro da equipa (a um valor/hora) e ainda os materiais usados, como a licença do software.
Ao escolher este modelo, o cliente não precisa de elaborar um plano detalhado e de longo prazo. Basta apresentar a sua ideia e escolher os recursos para a concretização da solução com base nas propostas do parceiro. Contudo, não tomar decisões importantes sobre o âmbito do projeto logo no início aumenta a probabilidade de mais tarde haver questões que se tornam dispendiosas, quer quanto aos prazos de entrega, quer quanto ao budget total, ambos mais incertos neste modelo.
Modelo híbrido
Aqui pretende-se conseguir o melhor dos dois mundos. O projeto é contratado com um âmbito fechado e com o objetivo de entregar uma determinada solução e resultado, mas com uma parcela de time and materials para se ajustar às necessidades de cada momento ou eventuais requisitos que venham a ser identificados em sede de projeto. Por exemplo, podem haver fases em que se juntam mais pessoas e outras menos. Incluem-se também neste modelo os contratos de ‘preço fixo por iteração’, em que o cliente paga cada etapa separadamente.
Assim, em conjunto, o cliente e o parceiro vão definindo e ajustando o nível de colaboração ao longo do desenvolvimento da solução pretendida numa verdadeira conceção win-win. Desta forma, garante-se que a solução entregue é efetivamente o que vai de encontro às necessidades do cliente e com maior controlo dos custos de desenvolvimento.
Tudo somado…
A verdade é que não existe um modelo melhor do que o outro pois a escolha depende sempre das condições, características e objetivos de cada empresa, bem como do tipo de projeto. Uma entrega de qualidade, com mais rapidez e com menos custos é o que podem ter em comum.
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